Amnésia

Esqueci o nome das coisas, esqueci quem sou e o que faço aqui já não importa. 

Sonho acordada sempre que uma brisa no rosto me toca e me trás a memoria de ti.

O que sinto já não importa pois há muito que perdi o rumo. 

Sou um sopro de vento no inverno, perdido á deriva entre becos e ruelas vazias, despidas e esquecidas e com tão gigantesca saudade de vida! 

Viver, aceitar.

Viver. Aceitar. 

Escrever sem poder apagar.

Aceitar sem me poder libertar.

Viver. Aceitar.

Engolir o choro, a revolta, o grito mudo que me devora de dentro pra fora! 

Viver, aceitar... Chorar!

Porque quem chora não é fraco, é forte o suficiente para entender que lágrimas libertam e que a liberdade é sentimento. Que sentimento é alimento. E viver é uma fome sem fim.

Fertilizantes da alma

 Sentimentos bons aninhados no peito fazem crescer os sonhos, sabias? São fertilizantes da alma! Trazidos por mãos cuidadoras que nos tocam sem sequer nos encostar. 

Sentimentos bons criam raízes que se espalham por dentro e nos fazem mudar lentamente por fora... 

     O vento sopra lá fora, arvores presas á terra soltam suas folhas e deixam-nas seguir com ele para onde quer que as leve. Na vida somos todos árvores. Troncos resistentes e raízes profundas seguram-nos á vida de forma insistente, resistente, paciente. As tempestades da vida arrancam de nós pedaços daquilo que fomos enquanto nos moldamos para o que possa vir. É um eterno moldar, um eterno desfolhar, e mesmo que a arvore pareça imóvel as suas folhas nunca ficarão para sempre presas ao mesmo lugar…