terça-feira, 20 de maio de 2008

Perdi-te


Aproximei-me de ti, toquei ao de leve a tua mão.
Olhavas os arvoredos lá ao fundo que dançavam a lenta melodia do vento, o teu olhar era vazio. Talvez destruído pela amargura dos anos corridos.
Não sei o que pensavas ou até mesmo o que ainda esperavas da vida, agora que parecia ser tão duvidosa e a morte tão certa. Talvez aguardasses sereno pela chegada dela, montada num cavalo a galope descendo montes e vales em tua direcção para roubar a tua alma largando o teu corpo contra o chão.
Perdi-te no instante em que ela te alcançou, perdi-te e perdi-me a mim juntamente contigo.

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Saudade


(dedicado ao meu avô materno, 1ºaniversário da sua ausência)